Arrendamento garante maior segurança e gestão

A história de Miguel Guerreiro confunde-se com a do trabalho na floresta, setor no qual está envolvido desde os 18 anos. Há 22 criou a Relíquia Florestal, com sede em Relíquias, no concelho de Odemira, dividindo-se entre a produção – tem dois mil hectares, entre produção própria, gestão e arrendamento, distribuídos pelos concelhos de Odemira, Ourique, Aljezur, Monchique e Silves – e a prestação de serviços florestais, que vão da extração da cortiça à limpeza de matos.

No sul do país, a escassez de água e os repetidos anos de seca são as principais condicionantes à produtividade dos povoamentos florestais. “É a nossa maior praga, as outras não são nada de especial”, conta, com humor, este gestor. “Nesta região, a falta de chuva diminui a produção e aumenta o risco de incêndio”, continua Miguel Guerreiro, agora num tom mais sério.

Uma realidade que obriga a seguir, com rapidez, os timings ditados pela natureza, de modo a não perder oportunidades. “Antigamente dizia-se que, chegado o outono, começa-se a plantar… Começa-se a plantar se chover! E depois plantamos na primavera, mas acabamos por parar as plantações se a chuva parar. Isto obriga a ter as plantas sempre disponíveis”, explica o produtor.

Também as atividades de manutenção são influenciadas pelo clima e as operações de silvicultura têm de ser efetuadas fora das épocas de risco de incêndio. “E aqui chegamos a ter cinco meses de risco, em que praticamente não podemos trabalhar. Nessa altura, temos de ter tudo preparado para lidar o melhor possível com os fogos que esperamos que não cheguem”, alerta.

 

Mais segurança e tranquilidade

Neste contexto, Miguel Guerreiro decidiu arrendar 420 hectares de eucaliptal à Navigator. Um dos mais antigos programas de apoio da empresa (existe desde os anos de 1970), funciona nas vertentes de renda fixa ou variável. Na primeira (que foi a escolhida por Miguel Guerreiro), o proprietário recebe um montante fixo anual, ao longo de 24 anos – o equivalente a dois cortes do povoamento. Na segunda, é paga ao proprietário uma percentagem do valor da madeira na altura do corte.

“Foi o facto de receber uma quantia fixa anual que me levou a candidatar ao arrendamento. Dá-me mais jeito ir recebendo faseadamente do que fazer os cortes e receber tudo de uma vez”, assume o produtor, que recentemente também se candidatou ao programa WinWood, como forma de obter mais apoios na manutenção dos terrenos. Além de ajuda financeira – a Navigator dá um valor por hectare, que o proprietário gere consoante as operações de manutenção que pretende realizar –, o programa garante apoio técnico e um prémio de produtividade na altura do corte.

“Não quer dizer que a ajuda dê para fazer tudo o que é preciso, mas aproveito”, afirma Miguel Guerreiro. Seguindo à risca as boas práticas florestais, e sendo ele próprio um prestador de serviços, não tem dúvidas sobre o impacto que os apoios vão ter nas operações da Relíquia Florestal. “É uma segurança a nível financeiro que me dá maior disponibilidade para a gestão”, garante.

 

Programa de Arrendamento da Navigator

Ao aderir, o proprietário torna-se parceiro da empresa, à qual cede a responsabilidade da gestão do povoamento pelo prazo de 24 anos. Este sistema garante uma maior segurança e eficiência (resultado da gestão em maior escala), que resultam em ganhos de produtividade e na valorização do património familiar.

Artigo publicado originalmente na revista n.º 12, de dezembro de 2023, que pode descarregar aqui: https://produtoresflorestais.pt/quero-receber-a-edicao-da-revista-em-papel/